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Gerenciamento e abastecimento de água são temas de audiência pública

Na busca por soluções comunitárias que possam evitar uma crise hídrica na Região Metropolitana de São Paulo, parlamentares e especialistas em hidrografia, manejo e consumo de recursos reuniram-se na teça-feira (13/11) no auditório Teotônio Vilela da Alesp. O encontro foi uma iniciativa da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. O geógrafo Luiz de Campos Junior apresentou o projeto Rios&Ruas, que trabalha com a realidade dos rios esquecidos pela cidade. Ele explicou que o primeiro passo é uma pesquisa em mapas, para coletar informações sobre os processos da geografia local. Depois, é feita a exploração em campo para confirmar informações e conversar com moradores. "Para sensibilizá-los, são nomeados responsáveis pelos rios nas comunidades, buscando inspirar mais pessoas a se mobilizar pela causa". Por fim, realiza-se uma expedição para despertar a percepção socioambiental e o compromisso com o projeto. Responsável pelo projeto Existe Água em São Paulo, Adriano Sampaio realiza expedições pela cidade para mostrar à população, por meio de vídeos, rios e nascentes que devem ser recuperados e protegidos. Segundo ele, dos mais de trezentos rios espalhados pela cidade, muitos não estão mapeados e são poluídos. Atualmente trabalhado em uma causa sobre a bacia hidrográfica localizada na aldeia indígena do Pico do Jaraguá, o ativista ambiental ressaltou também a preocupação com a extinção das aldeias brasileiras. A permacultura, atividade agrícola baseada no planejamento racional dos sistemas produtivos, também foi abordada na reunião. O engenheiro civil Guilherme Castagna explicou que quando o tema é recurso hídrico, devemos abandonar a visão simplista de captação e consumo. Segundo ele, para contornar a crise de abastecimento, pode-se recorrer à captação de água de chuva. Já nos casos de alagamento, ele apresentou uma opção pouco conhecida: os jardins de chuva, que são canteiros plantados abaixo do nível das ruas para que, em caso de chuvas fortes, a água poluída pelo asfalto seja absorvida pelos jardins. "Assim, a purificação da água pelo solo e a devolução para os reservatórios ocorrem naturalmente", disse. A ONG inglesa The Flow Partnership também trouxe contribuições ao debate. De acordo com a diretora Minni Jain, o trabalho com comunidades locais para recuperar paisagens pode minimizar ameaças como inundações, secas e erosões de solo. Ela citou exemplos de ciclos hídricos que foram recuperados em cidades na Eslováquia, na Índia e na Inglaterra. "O que São Paulo está vivenciando não é apenas uma crise de água, mas também de gerenciamento", afirmou Jain. O deputado Roberto Tripoli (PV), presidente da Comissão, relatou que em uma visita a Ilhabela presenciou escapes de esgoto sendo encaminhados para o mar. "Procurei a prefeitura, mas fui informado que não havia contrato com a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). É algo preocupante para a causa", disse. A assessora da Secretaria de Meio Ambiente Márcia Nascimento lembrou que atuar em áreas densamente ocupadas é um desafio para eles, e defendeu: "Os trabalhos e as obras da Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano S.A. (Emplasa) não interfiram negativamente nas causas debatidas. O Rodoanel, por exemplo, deu origem a duas áreas de conservação nos arredores da represa Billings (o Parque Estadual Águas da Billings e a Floresta Estadual Montanhão), como compensação ambiental". Noemi Carrera, representante da Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos, comentou sobre o projeto Guardião das Águas, da Sabesp. A ação, que tem por objetivo informar a população sobre o uso consciente da água e a redução de consumo, é realizada em condomínios residenciais, estabelecimentos comerciais, escolas e parques, dentre outros locais de grande circulação de pessoas. O projeto colaborou para a redução do uso de água médio por residência, passando de pouco mais de 13m³ para 10,8m³. Compuseram também a mesa do evento o deputado Luiz Turco (PT), a vereadora Sônia Francine (PPS) e a representante da Rede Brasileira de Jornalismo Ambiental (RBJA) Ana Carolina Amaral.
13/11/2018 (00:00)
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